ÀS VEZES O DIA É GRITO
Imagem - Christian Schloe
Às vezes o dia é grito
Outras é silêncio
Às vezes é berço
E outras é túmulo
Das emoções que escorrem
Nas asas furtivas das horas
Que nos cingem
Mas não agarramos
Às vezes o dia é sangue
Mordaça de sentimentos
Medos que nos fazem abrigar
Aos cantos de nós
Num desespero de fera ferida
A estremecer numa teia
Que tecemos sem dar por isso
Enquanto procurávamos a luz
Às vezes o dia é fel
É desilusão de um nunca acabar
Que exila da nossa vontade
A crença pagã nos ciclos ancestrais
Que deixámos pelos caminhos
Às vezes é-se areia
Quando se quer ser rocha
Lágrima
Quando se quer ser sorriso
Ana Wiesenberger
20-06-2013