Para Mim Não Há Regresso
Para mim, não há regresso
Estraguei-me nos caminhos;
A ânsia de ir e de ver
Sonhei longos sonhos de princesa
Entre castelos e bonecas de menina
Mas vesti casacos negros e longos
Demais
Demasiado
Cedo
Esbanjei abraços e beijos
Até perder o sentido deles
E dos sentimentos em si
Cumpri, o que era para cumprir
Em parte
Alinhei, no que era para alinhar
Em parte
Vi e fui vista
Acenei e acenaram-me
Mas quando a consciência chegou
Os abraços alongaram-se-me ao longo do corpo
Vazios
Tristes
Ausentes
Da totalidade
Do uno
Do Estar, do Ser
A dois
Ana Wiesenberger
Junho 1994
Imagem - Frederic Edwin Church