Ansiedade
Ansiedade
O peito é um sapo a arfar
O suor aflora-me as têmporas e a nuca
A náusea instala-se, firme
Corro os olhos pelos objectos em redor
Mas nenhum me arrasta desta aflição
Tombo os pensamentos pelos rostos familiares
Não me ocorre alívio
Desabo para o ecrã do PC sem saber porquê
Desenrolo o Mail sem interesse:
Jornais que não quero ler,
Junk bem-intencionada, dos amigos
Que julgam ser
Apetecia-me clickar a palavra HELP
E fazê-la deslizar pela W.W.W.
À procura de consolo
Mas a memória diz-me
Que já o fiz antes;
Apareceram-me linhas de ajuda específicas
Baralharam-me o sofrimento
Em secções informatizadas
É melhor sair para o parque
Ao encontro das árvores
E fundir-me nos cheiros e nas cores
Delicadamente, pousada num banco
Ana Wiesenberger (in IDADES)
Imagem - Hans Andersen Brendekilde