Ao Fernando Guerreiro
Ao Fernando Guerreiro
Eu sei que os poetas não morrem
Tão pouco, os actores
E tu eras tudo isso e muito mais
Mas dói tanto
Quando se afastam do nosso horizonte
O brilho dos teus olhos
O sorriso ainda a pairar no ar
A voz aberta, o modo despretensioso
A calidez da postura
A proximidade vincada nas palavras
E na atenção ao outro
Repousa, Guerreiro
Não deixaste sombras
Mas luz
Iluminaste palcos e gentes
Com a tua capacidade de ser
Grande
Sem deixares de ser
Pequeno
Entre os Demais
Repousa, Fernando Guerreiro
Que as gentes de Setúbal
Levar-te-ão aos ombros
Nas memórias das gerações
Que atravessaste
Repousa, amigo
Guardarei para sempre
A prenda que me deste
Ao dizeres-me na minha estreia
Na biblioteca
Que gostaste do meu poema
Hoje, os Deuses estarão em festa
Para te receber
Ana Wiesenberger
28-08-2013