Gostava De Acreditar Na Mudança

Na força das vozes
No eco das palavras
Na determinação das massas
Em dar corpo
A um novo rumo
E mesmo assim, vacilo
Em intervalos de entusiasmo
E receio do mesmo
Tenho medo, que manobrem o meu povo
Com Mesuras de ilusionista
A fazer crer aos cidadãos revoltados
Que o pão lhes será restituído
Na forma de números cifrados
Previamente preparados para apresentar
Depois da ira da nação
Será, que continuamos a ser
Marionetas bem articuladas
Nas mãos dos todo-poderosos de argúcia
Que se entretêm a aplaudir os nossos passinhos
Por eles medidos e calculados
Será, que nos vão vencer de novo
Ao fazer-nos pensar que algo foi conquistado
Para desenovelarem, tranquilos
Novos roubos camuflados
Garras frescas nas nossas gargantas crédulas
Não. Não pode ser
Eu quero crer no rosto de Portugal
Triste
Exausto de escravidão
Mas de olhos abertos, lúcidos
Demasiado despertos
Para se deixarem enganar mais uma vez
17-09-2012
Ana Wiesenberger (in Portugal, Meu Amor)