Solidão
SolidãoChegam-me ecos de vozes
Pedaços de comunicação
Que não assimilo
Nem compreendo
O meu muro é transparente
Todos me vêem
Mas eu não os vejo
Nem os sinto
Não fazem sentido para mim
Estou presa numa aguarela
Velha e desbotada
Sem acesso às cores vivas
Aos contornos definidos
Ao fluxo da vida
De que me exilei
Discretamente, lentamente
Como uma chama
Que se apaga
Ana Wiesenberger
Imagem - Edvard Munch
