Por Entre A Disparidade dos Rostos dos Dias
Por entre a disparidade dos rostos dos dias
Desaprendi a coerência do rumo das horas
Perdi-me no desatino febril
De ser permanência num barco sem remos
De bússola presa a um norte inefável
Território de memórias
Fantasmas que vogam
Trespassam queixumes
Vendavais de estertores
De todas as mortes simbólicas sofridas
Num rol de percursos adiados, vendidos
Carimbados na senda rígida da segurança
Miragem de bem-estar
Cujo veneno lento
Esgota as veias ávidas de vida
E verga o sonho a um niilismo amargo
Ana Wiesenberger
Imagem – George Romney