Agora que já não estás aqui
Agora que já não estás aqui
Que tento coser os teus contornos
Nas sombras de outras velas
Que se passeiam à luz consciente da noite
Que nos traz a todos a saudade
Do que não soubemos reter
Passam as vozes e os momentos de outrora
Numa passerelle de vida inacabada
Ressequidos num passado de tronco morto
Passam as recordações do que queríamos fazer
E não conseguimos
Rolam as lágrimas pelas nossas faces desprevenidas
A esvair o calor dos dias
Ah, se eu pudesse
Se eu fosse capaz de franquear novamente
As portas da infância
Se eu te pudesse dizer
No meu modo desajeitado, mas exigente
Fica connosco, mais um pouco, Pai!
Temos tanto para conversar
Ana Wiesenberger