Tempestade Tropical
Tempestade TropicalOntem tive frio dentro de mim
E quis afastar-me do ermo cinzento musgoso
Que me apertava na garganta
Uma urgência de correr
Ainda olhei em redor
A sondar na postura das minhas sentinelas
Uma brecha de liberdade
Em Vão
Por isso, deixei-me estar atrás do vidro
Das muralhas do meu palácio
Tão diligentemente construído
E fixei no céu aberto
Um pedido veemente
De uma tempestade tropical
E logo ribombaram luzes magníficas
A sacudirem a minha solidão
Em abanões de lágrimas
E queixumes ancestrais
Do meu pacto
Depois, voltei ao meu silêncio
Tranquila na responsabilidade do meu caminho
Apaziguada e rendida
À consciencialização de um dever
Que é desejo
Que tudo transcende
E a tudo obriga
E é voz, corpo e carne
Em mim
Ana Wiesenberger
10-01-2013
