A Solidão Galopa Os Meus Dias
A solidão galopa os meus diasDe crinas soltas ao vento
Da tristeza
Da apatia
Da fúria que vai e vem
E faz ferida
No meu corpo indeciso
E vazio
Fecho-me nas palavras
Aninho-me por entre as páginas
À procura do calor
Da companhia
De outra voz
Que me fale
Que me entenda
Que me leve para longe daqui
Passeio-me pelas cores
Deambulo entre pinturas díspares
Encontro com sensibilidades
Que me tocam
Que me afagam
Que resgatam na minha consciência
A vontade enferma
Para olhar em redor
Sonho com bosques vivos
Mares e penhascos
Terra, maresia
O verde revigorante das árvores
A frescura salgada da água
Mas o farol que devia iluminar
Os meus passos
Permanece oculto
Não atravessa o cerro da floresta
Não vence a densidade do nevoeiro
14-03-2013
Ana Wiesenberger
Imagem - Munch