Basta! Estamos fartos de servir Quem não serve os nossos interesses Estamos cansados de sustentar Os esquemas corruptos de uma Banca Que sustém sempre os mesmos
Basta! Estamos fartos de acreditar Em Planos de Recuperação, Concertação Que deixam o nosso país de rastos Obrigam os nossos filhos a procurar trabalho Além fronteiras E inviabilizam a educação Dos que se querem construir
Basta! Estamos fartos de ver O Desemprego a crescer A taxa de depressões e suicídio a aumentar Os rostos tristes e desiludidos dos mais velhos A angústia das mães e dos pais do nosso povo
Basta! Estamos fartos de ser iludidos Rebaixados na nossa autonomia Vendidos a retalho Num mercado que nos suga
Basta! Queremos as nossas vidas de volta Queremos ser novamente Um Portugal íntegro e livre
Sinto o meu povo a borbulhar de raiva A voz sangrada já não teme ser sangrenta As camisas rotas que o desespero amotinou Não se vêem nas vestes Só na voz e nos gestos crispados
O meu povo minado de roubo e corrupção Ameaça barreiras Ergue as bandeiras De uma dignidade ultrajada Num quotidiano de medo e repressão
Foram-se os postos de trabalho E a esperança de serem recuperados Foram-se os nossos filhos além-fronteiras Por verem negadas as perspectivas de vida E o reconhecimento das qualificações
Meu povo triste, de gerações maceradas Ainda na memória do hoje Que se quis acreditar democrático
Meu povo Tocha de coragem em tempo de fome e de amargura Ultrapassa a sombra da resignação E Reivindica o teu país
Meu povo Povo de Portugal Queimemos os elos da hipocrisia malfazeja Rasguemos com os nossos dentes cansados As mordaças dissimuladas deste poder Sejamos a força das quinas da nossa bandeira Salvemos a nossa terra, a nossa herança O nosso hino Tracemos de novo, com coragem O destino da nossa pátria
16-09-2012 Ana Wiesenberger (in Portugal, Meu Amor)