Andam Figuras Altivas, Desconhecidas
Andam figuras altivas, desconhecidas
A passear dentro de mim
Os sentidos embotados fazem-me crer
Que não sei, para onde ir
Ou o que fazer
Tacteio possibilidades no escuro da minha mente
Mas não vislumbro nada além dos pirilampos psicadélicos
Dos rostos que perdi
As árvores oscilam e dobram-se sobre mim
Numa carícia de orvalho fraco de Verão
Queria ler
Não consigo
Tenho um caldeirão cheio de palavras
A fervilhar no meu sangue
A tarde vem e não vem
E eu quero ir com ela
Para junto do mar
Porque receio ir, então?
Se anseio por mergulhar na água fria
E de facto, só é Outono no calendário
É talvez a vontade envergonhada de seguir
Pela estrada azul, esverdeada
Sempre a direito
Até ao meu castelo ditoso
De menina do mar
Ana Wiesenberger
29-09-2009
Imagem – Edmund Dulac