Eles são tantos
Eles são tantos
E tão poucos
Os silêncios que me abafam
A vontade de ser Sol e Lua
Tarde e Noite
Verão entrelaçado da invernia mais glacial
Alguma vez vivida
Eles são tantos
E tão poucos
Os dias assimilados no calendário
Com uma fome frutífera
Eles são tantos
E tão poucos
Os anos que por nós deslizam
Sem vermos
E os outros que ainda virão
Estradas bifurcadas, estranguladas
Entre o que foi e poderia ter sido
Iluminadas por um letreiro em que o Porvir
É uma estreia sempre adiada
Pelo presente que não conseguimos construir
Ana Wiesenberger
10-11-2018
Imagem – Salvador Dali