Passos Quebrados
Passos quebrados
Rostos tristes
Olhar nu de esperança
Assim vai o meu povo
Vergado a injustiças
Sebentas do passado
Renovadas, mascaradas
Num registo de democracia
É preciso inventar um caminho
Mas só a luz da clareza
Da informação e da denúncia
Nos poderão levar a outro rumo
Se permanecermos alheios aos conluios
Nas trevas da incerteza e da indiferença
Nunca seremos mais do que animais inocentes
Condenados a destinos vis
Sempre na rota de um matadouro imenso
Onde desaguam a falência dos nossos sonhos
E daqueles que nos são queridos
É fundamental, não cedermos ao cansaço
E à dormência
Que nos faz fechar os olhos na agonia
De quem já sente
Que nada vale a pena
Ana Wiesenberger
21-08-2014
Imagem – Diego Rivera