Bom dia, Morte!
Bom dia, Morte!
É altura de conversarmos;
Estou farta do teu cinismo
Do teu rosto fechado, impassível
Perante a merda das tuas escolhas
Mas, afinal, que raio de porra
Te passa pela caveira?
Tomas drogas? Bebes demais?
Ou és meramente negligente
Preguiçosa demais para pensar
Medir situações, avaliar?
A tua cegueira enfurece-me
Levas crianças, jovens
Gente de boa-fé
Que em nada prejudicou os demais
E deixas para trás criminosos
Que espalham sangue e dor
Que destroem e aniquilam
Lentamente ou de uma só vez
Tantos seres frágeis e inocentes
Estás a rir-te da minha audácia?
Não tenho medo dos teus ardis
Podes cortar o fio da minha respiração
De um só golpe
Mas nunca poderás apagar
As palavras que escrevi
Ana Wiesenberger
17-03-2017
Imagem – Vincent Van Gogh