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Aboli a Páscoa
Despedi o Natal
Dos outros feriados religiosos
Nunca soube nada
Fico-me pelo reflexo deles
Gosto de Carnaval
As máscaras cativam-me
As dessa altura e as outras
Que tantos vestem a rigor
Anos inteiros com ou sem pausas
Para servirem propósitos
Assumirem identidades perfeitas
Colarem-se ao perfil de um papel
Que de tão representado
Já é quase mais real
Do que o pouco que neles morava
Aboli o pequeno-almoço e o almoço
Como ao sabor do apetite
O corpo não precisa de saber as horas
Para apetecer esta ou aquela refeição
Todavia, dou ao jantar requintes de banquete
Diverte-me preparar a mesa com rigor
Estudar a distância entre o queijo, a manteiga
E as azeitonas
Quedar os olhos sonhadores nos rótulos
Da minha pretensa garrafeira
Num processo de eleição responsável
Hoje é o início do Outono no calendário
As folhas há muito que cobrem o solo
Em castanhos e verdes esmaecidos
Se eu fosse esquilo, começaria agora
A armazenar nozes e avelãs na minha casinha
Ana Wiesenberger
23-09-2015
Imagem – Hans Andersen Brendekilde
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