A harmonia, o bem-estar residem nestes momentos Em que juntas partilhamos o calor da cama E a certeza de estarmos onde queríamos estar Sem mais nada desejar
O inverno não entra nos nossos corações Quando nos aninhamos por entre os cobertores E só o ar que entra pela janela entreaberta Perturba o nosso recolhimento com o ruído alheio
Elas dormitam, olham-me, recebem festas minhas Eu bebo café, fumo e preparo mentalmente o dia Antes de o agarrar com a determinação de quem sabe Que o tempo é uma dádiva esquiva
Mas enquanto me sentir una e acompanhada Pela ternura dos meus filhos de duas e quatro patas Pela amizade dos meus amigos reais e virtuais Cada jornada é uma promessa de fé Que vou conseguir realizar
E quando já não o puder fazer E as horas passarem por mim Baças, sem sentido e sem rumo Viajarei através da memória A este e outros redutos Da felicidade que vivi