O dia já entrou pela janela É preciso agarrá-lo, abocanhá-lo com força Seguir a estrada aberta diante de nós Acompanhá-lo no pulsar das direcções Na indecisão das horas turvas Nos esgares repentinos do seu rosto E fazê-lo nosso de direito Talvez, também, de dever
É crime, não reconhecermos em cada madrugada A dádiva de estarmos vivos E podermos participar na dinâmica do mundo Tocar o sentido das coisas Ser e estar Não como uma folha perdida Levada pelo vento Mas como tronco, raiz, braço imponente de Deus A fazer acontecer no tempo e no espaço Marcas do que somos, pedaços da nossa capacidade De interiorizar e exteriorizar o fluxo do devir