Neva
Neva
O branco imenso reconcilia-me com a minha verdade
Roça-me a consciência com os fantasmas dos meus actos
A predisposição inata, fatal para a queda
O abismo singular do iceberg que se afasta rumo ao infinito
Ao sonho, à morte
Há uma comunhão intrínseca nisto tudo
É preciso, que eu adormeça o ser social
Para poder ser fecundada pelos ecos
Que chegam até mim pelas páginas
Pelas memórias decantadas pelo tempo
E aguardam no barro dos dias
Pela forma que a minha mão lhes vai dar
Vergada ao desconforto, ao frio das árvores
A que o solstício impiedoso levou as folhas
Ana Wiesenberger
20-01-2016