Relativizou O Valor das Palavras
Relativizou o valor das palavras
E calou-se
Relativizou o valor da memória
E esqueceu
Relativizou o valor da vida
E deixou de respirar
Ana Wiesenberger
23-02-2016
Imagem – Andrea Kowch
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Relativizou o valor das palavras
E calou-se
Relativizou o valor da memória
E esqueceu
Relativizou o valor da vida
E deixou de respirar
Ana Wiesenberger
23-02-2016
Imagem – Andrea Kowch
Passei do Rigoletto a Cármen
Sem que a Bela-Adormecida em mim
Despertasse
Um aceno de cisnes
Um lago convidativo aqui e ali
E depois, novamente o pântano
O corvo a apoderar-se da alma
A convicção profunda de ser pedra
Estátua de um passado desconhecido
Largada por entre a gente
O amor guardava-o em mim
Em arcos de palavras
Léxicos afectos a várias línguas
Sonoridades belas, sedutoras
Que me preenchiam os dias
E no entanto, procurava sentir mais
Mas a proximidade dos outros
Era imperfeita e mesmo transtornada
Pelos leques das letras impressas
Permanentemente presas nos meus olhos
Que vergavam despedidas
Ao conhecerem a voz dos meus lábios
E depois, tu vieste e compreendeste
Que eu só podia, só sabia ser assim
Miríades de fogo e melancolia
Inquietação e fuga constante
Para as pradarias das páginas
Onde realmente vivia
Ana Wiesenberger
17-04-2015
Imagem – Edward John Poynter
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