Tornámo-nos Bengalas
Tornámo-nos bengalas,
Figuras distantes
Condenavelmente juntas
Condenadamente sob o mesmo tecto
Outrora o fio,
O fiozinho,
O tremor e a emoção na alma jovem
Plena de esperança
Agora o frio,
A ausência de estar a dois
Deixa-nos nus
A tarde morre
E vem a noite devorar-nos
No medo e na ânsia
Sós
Para nós
Em nós
Nos outros que nos vêem, sem ver
Que passam
E não escutam
Que estão ali
Mas não penetram
Nas linhas profundas dos sonhos mortos
Nos nossos rostos Ana Wiesenberger (in Poiesis XX)